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Turismo no Território Pataxó Barra Velha do Monte Pascoal: etnodesenvolvimento, espacialidade e políticas
Coleções e subcoleções temáticas
História indígena e do indigenismo no Sul e Extremo Sul da Bahia > Territórios da retomada Pataxó
Espécie e tipo de documento textual
Trabalho acadêmico
Título
Turismo no Território Pataxó Barra Velha do Monte Pascoal: etnodesenvolvimento, espacialidade e políticas
Local de produção
Data
2020
Período ou ano do documento
Século 21 > Década 2020 > 2020
Instituição produtora e/ou órgão responsável
Tipo de trabalho acadêmico
Povo(s), etnia(s) e/ou grupo(s) social(is) referido(s) no documento
Localidade(s) referida(s) no documento
Resumo
A visitação turística em territórios de diferentes povos indígenas ocorre já há algumas décadas no Brasil, demonstrando diversificadas experiências nas quais o Estado vêm sendo desafiado a compreender e atuar. Uma prática constituída por relações múltiplas, complexas e não restritas à relação monetária e nem à universalização de uma tipologia do turismo. Abrange as especificidades de cada povo, de seus territórios e suas relações com as lógicas do Estado e de outros agentes externos. Desde o ano de 2015, o Estado propõe a implementação de uma normativa que trata das iniciativas de visitação turística nos territórios indígenas. O povo Pataxó no seu território Barra Velha do Monte Pascoal, no extremo sul da Bahia, desde a década de 1970, vem concebendo e realizando iniciativas relacionadas à visitação turística. Iniciativas que ocorrem em suas trajetórias que entrelaçam sua territorialidade, sua política e o seu etnodesenvolvimento. Esta tese tem o objetivo geral de contribuir para compreensão e reflexão sobre as espacialidades, políticas e etnodesenvolvimentos em operação na trajetória do turismo Pataxó no território Barra Velha do Monte Pascoal, evidenciando a importância da abertura acerca dos conceitos e práticas dos povos indígenas na construção, reformulação e efetivação das políticas do Estado brasileiro. Norteado por este objetivo, realizou-se uma pesquisa de abordagem qualitativa na coleta e análise de dados, ambas norteadas pelas categorias de análise (espacialidade, política e etnodesenvolvimento) e suas inter-relações com o tema da tese (turismo em territórios indígenas). Através de estudo bibliográfico e documental sobre o contexto histórico das relações entre Estado e povos indígenas, mais especificamente direcionado ao povo Pataxó, os conceitos espaciais, de políticas e de etnodesenvolvimento que desta relação emergem, e do turismo Pataxó e suas práticas no território Pataxó Barra Velha do Monte Pascoal. Este estudo atentou durante a leitura para a seleção de textos que possuíam potencial diálogo com o que era identificado no campo. A pesquisa de campo foi realizada no território Barra Velha do Monte Pascoal e seu entorno, através de entrevistas semiestruturadas com os Pataxó e agentes externos, e observação participante do turismo Pataxó. Oprocesso de análise dos dados iniciou simultaneamente em sua coleta, através da sistematização e descrição analítica dos textos lidos e escutados, e das práticas observadas. Foi descrita a concepção, a prática e o “planejar” do turismo Pataxó no território Barra Velha do Monte Pascoal, identificando a heterogeneidade espacial e política do povo Pataxó em sua trajetória no turismo. Observou-se que o turismo Pataxó participa e envolve uma trama de relações internas, com Estado e outros agentes externos. A normatização do turismo proposta pelo Estado, não possibilita abertura para que esta heterogeneidade, fundamental para os Pataxó, esteja presente em posição de igualdade na relação com Estado e o seu mundo, no processo de “planejar” o turismo Pataxó. Defende-se nesta tese, abertura para posição de igualdade na relação entre Estado e os Pataxó e outros povos indígenas ao tratar do tema. A prática e o “planejar” Pataxó do turismo compreendido em suas especificidades e em um processo de relação “local-global”.