Documento
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Memórias de Belmonte > Associação das marisqueiras e pescadoras de Belmonte > Samba de roda das marisqueiras
Gênero do documento
Textual
Espécie e tipo de documento textual
Trabalho acadêmico
Autoria
Título
Samba de Roda das Marisqueiras: Corpos e Instrumentos em Luta
Data
2020
Período ou ano do documento
Século 21 > Década 2020 > 2020
Instituição produtora e/ou órgão responsável
Tipo de trabalho acadêmico
Número de folhas do trabalho acadêmico
198 p.
Povo(s), etnia(s) e/ou grupo(s) social(is) referido(s) no documento
Povos indígenas e comunidades tradicionais > Pescadores e marisqueiras
Localidade(s) referida(s) no documento
Palavras-chave
Resumo
Essa dissertação é uma etnografia das práticas políticas em torno do samba de roda, abordando, durante 2018 e 2019, o Samba de Roda das Marisqueiras produzido pela Associação das Marisqueiras e Pescadoras de Belmonte (AMPB). O objetivo é compreender como a produção da “brincadeira” do Samba de Roda das Marisqueiras se relaciona com a noção de “luta”, como uma prática política empenhada para viabilizar a continuidade do “viver da pesca” da comunidade tradicional de pescadores da Biela (Belmonte-Bahia). Além de se propor a “ajudar” a “dar atenção” a “brincadeira” com foco a contribuir no “enfrentamento” das “lutas” pela AMPB, conforme demanda levantada junto à diretoria desta associação.
Foi necessário identificar o contexto socioambiental, político e ambiental em que o Samba de Roda das Marisqueiras é produzido e entender os processos de “decisão” que estão envolvidos na produção desta “brincadeira”, em sua interação com as “lutas” desta associação formada por mulheres “marisqueiras”. Diante disso, verifica-se que as noções de “união”, “ajuda”, “cuidado”, “ouvir”, “chamamento” e “balanço” são concebidas como importantes formas de se estabelecer relações e atuar politicamente, promovendo o “fortalecimento” dos participantes do samba de roda, a própria AMPB e a “comunidade pesqueira” para os “enfrentamentos” das “lutas”. Constatou-se também na “comunidade” relações de conflitos de gênero e geracionais que perpassam a produção do “samba” e as “organizações” das “lutas”, abordados pelas categorias nativas de “mentira”, “sem o que fazer”, “alarde”, “ciúmes”, “picuinha” e “aparecer por cima”.
Foi desenvolvido, junto com componentes da AMPB, um projeto proposto para o edital de 2020 da Lei Rouanet, alinhado com os meios e pressupostos que o grupo concebe como formas de “fortalecer” e “cuidar” deste “samba”. Assim como uma apostila com receitas “tradicionais” da culinária da “comunidade” para serem distribuídas junto aos participantes da oficina de culinária, realizada pelas componentes da AMPB, durante o Festivale que se realizou em Belmonte em julho de 2019. Além de ter “ajudado”, em meio aos empenhos deste trabalho, em “articulações” durante o “combate” ao derramamento de óleo bruto que alcançou a cidade em outubro de 2019, bem como na produção de alguns “sambas” realizados no período desta pesquisa.