Durante muito tempo, a cultura dos povos indígenas da região Nordeste do Brasil esteve adormecida, invisível e esquecida, uma vez que o próprio fato de ser indígena era motivo de grande discriminação e perseguição. No entanto, desde o processo de redemocratização do Brasil, começado no final dos anos 80’, iniciou-se um forte movimento de resistência e afirmação cultural, também chamado de “retomada”. A “retomada” significa muitas coisas ao mesmo tempo: a recuperação dos territórios indígenas tradicionais e da sua cultura por parte das gerações indígenas mais jovens. Procuram reunir os conhecimentos dos mais velhos a fim de se reconectarem e reafirmarem sua identidade. Portanto, além da recuperação dos territórios, outros elementos importantes dessa retomada são: a recuperação da sua história, língua e cultura através de uma releitura feita por intelectuais e artistas contemporâneos.
Foto de Curt Nimuendaju (Acervo CELIN/MN/UFRJ)
É na tentativa de contribuir com esse movimento mais amplo de “retomada”, que estamos construindo a Coleção Temática História indígena e do indigenismo no Sul e Extremo Sul da Bahia. Através de uma metodologia colaborativa, articulada com algumas lideranças indígenas e instituições e coletivos locais, visamos levantar, produzir, sistematizar e, sobretudo, disponibilizar material histórico, contemporâneo e legal sobre os Territórios da retomada Pataxó, Tupinambá, Pataxó Hã-Hã-Hãe, etc., em diversos formatos (textual, audiovisual, imagético, cartográfico e tridimensional).
Mural do cacique Manoel Santana (? – 2023)
pesquisadora colaboradora
Pesquisador colaborador
coordenador