Item
“Não adiantou, nós vencemos”: a Segunda Guerra Mundial no Extremo Sul da Bahia
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Espécie e tipo de documento textual
Trabalho acadêmico
Autoria
Título
"Não adiantou, nós vencemos": a Segunda Guerra Mundial no Extremo Sul da Bahia
Local de produção
Data
2022
Período ou ano do documento
Século 21 > Década 2020 > 2022
Instituição produtora e/ou órgão responsável
Tipo de trabalho acadêmico
Número de folhas do trabalho acadêmico
365
Palavras-chave
Ataques navais | Segunda Guerra Mundial | Soldados | Sul da Bahia
Referência e/ou procedência do documento
SILVA, Tharles S. "Não adiantou, nós vencemos": a Segunda Guerra Mundial no Extremo Sul da Bahia. Tese (Doutorado em Estado e Sociedade), Universidade Federal do Sul da Bahia. Porto Seguro, 2022.
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo principal analisar as formas pelas quais a Segunda
Guerra Mundial atingiu o Extremo Sul da Bahia. As alterações causadas nas vidas dos moradores da região, devido às dificuldades geradas pelo contexto de beligerância, deixaram
marcas profundas em suas memórias. Partimos do princípio de que, embora não tenham
ocorrido muitos eventos bélicos na região, tais como batalhas ou bombardeios, os eventos
ocorridos no Extremo Sul baiano, entre 1942 e 1945, parecem ter feito os moradores locais
viverem um intenso clima de guerra. Isso fez com que as memórias do conflito sobrevivessem
ao tempo, mesmo sem que houvesse comemorações cívicas, museus ou monumentos
especificamente dedicados à manutenção da memória e da história da guerra na região. As
memórias das pessoas estão ligadas a uma série de fatores: os ataques de submarinos do Eixo
à barcaça Jacira, em agosto de 1942, e ao navio Afonso Pena, em março de 1942; a circulação
de notícias de guerra, através de meios como a telegrafia, o rádio e o jornal; a presença de
soldados que guarneceram os principais municípios da região (Belmonte, Porto Seguro e
Caravelas); e a convivência conflituosa com estrangeiros. As principais fontes utilizadas ao
longo da pesquisa foram jornais e revistas, encontrados, sobretudo, em sítios virtuais, e
entrevistas realizadas com moradores da região, a maioria deles com mais de 80 anos. Além
disso, foram utilizados dados de recenseamentos da população brasileira e livros de memória,
escritos por autores regionais, dentre outras. Apesar da quantidade e diversidade de fontes,
existem muitas lacunas, o que impossibilitou a realização de seriações das informações. Para
lidar com o material da pesquisa foi utilizado uma abordagem que altera as escalas de
observação, partindo do local para o regional e o nacional, tentando contextualizar os eventos
e as experiências de guerra. Diante das limitações impostas pelas fontes, parte-se do princípio
de que, diante de eventos e situações com múltiplas possibilidades interpretativas, as
explicações mais simples são as mais adequadas a este trabalho. Como afirmou o historiador
John Keegan, toda história da Segunda Guerra Mundial é, portanto, uma história do mundo
entre 1939 e 1945. É nessa perspectiva que este trabalho é apresentado. Ao compreender os
eventos da Segunda Guerra Mundial no Extremo Sul da Bahia, além de possibilitar ampliar o
conhecimento sobre a extensão deste conflito na Bahia e no Brasil, este trabalho ajuda a
resgatar uma parte da história do mundo.