Documento
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História indígena e do indigenismo no Sul e Extremo Sul da Bahia > Territórios da retomada Xakriabá
Gênero do documento
Textual
Espécie e tipo de documento textual
Trabalho acadêmico
Autoria
Título
O BARRO, O GENIPAPO E O GIZ NO FAZER EPISTEMOLÓGICO DE AUTORIA XAKRIABÁ: REATIVAÇÃO DA MEMÓRIA POR UMA EDUCAÇÃO TERRITORIALIZADA
Local de produção
Data
31 de julho de 2018
Período ou ano do documento
Século 21 > Década 2010 > 2018
Instituição produtora e/ou órgão responsável
Tipo de trabalho acadêmico
Povo(s), etnia(s) e/ou grupo(s) social(is) referido(s) no documento
Localidade(s) referida(s) no documento
Minas Gerais > São João das Missões > Terra Indígena Xakriabá > Aldeia Barreiro Preto
Palavras-chave
educação > Educação Escolar Indígena | escrita indígena | Pataxó | Xakriabá
Resumo
Esta dissertação de mestrado teve como objetivo refletir sobre os saberes e os fazeres
presentes no território, analisando as experiências de educação indígena mesmo antes da
presença da escola e depois do amansamento dessa. Deste modo, o título se refere a esse
trânsito de ciclos de saberes que envolve as diferentes agências (e agentes) pelas quais
se produz o conhecimento, constituindo um fazer epistemológico de autoria Xakriabá.
Esta pesquisa foi realizada no território indígena Xakriabá, na aldeia Barreiro Preto, na
Escola Estadual Indígena Xukurank. Nos interessa elucidar como a
(re)territorialização constitui um eixo troncal na experiência Xakriabá e como a escola
se compromete com práticas que propõem um deslocamento do aprender por meio do
que é vivido no corpo do território, ou no corpo-território. Buscamos compreender
como a escola interage dentro da comunidade e como a mesma tem se comprometido na
interlocução com outras narrativas e narradores que tem como matriz formadora o saber
fazer pela ciência do território. A essa matriz formadora principiada no território,
atribuo o mote para uma educação territorializada, que apresenta como ponto de partida
e de chegada a potência da epistemologia nativa, presente na memória e na transmissão
oral, além da presença ressonante em melodia na escrita Xakriabá. Metodologicamente,
a pesquisa fundamentou-se nas Oficinas Reativadores de Memória: Memória nativa e
Memória Ativa. A realização da oficina serviu como base para fortalecimento das
transmissões dos conhecimentos tradicionais, por meio da reativa(ação) da memória,
que é responsável pela circulação e manutenção da cultura, sobretudo aquela de tradição
oral. No decorrer do trabalho busco explicitar o deslocamento de significados da escola
na interface com território. Predomina na literatura que trata a experiência do calendário
sociocultural nos Xakriabá, uma compreensão de que a cultura vem se firmando como
elemento central nas escolas Xakriabá, entretanto, depois de adentrar e analisar esta
experiência da escola Xukurank a partir das oficinas, concluímos que o saber
corporificado que está ancorado no território é o elemento troncal e que sustenta a
escola desde o seu amansamento, sendo o calendário sociocultural parte importante mas
não a totalidade desse processo. Nesse sentido, a escola com interface no território tem
sido cada vez mais, o lugar de educação territorializada que constitui a todos nós
Xakriabá como corpo-território