Os povos Pataxó, Pataxó Hã-Hã-Hãe, Tupinambá e Imboré, do extremo sul e sudoeste da Bahia, e Arara e Xipaya, da Terra Indígena (TI) Cachoeira Seca, no médio Xingu, participaram esta tarde (17) de uma reunião conjunta com membros da Casa Civil, Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e Funai.

A delegação dos povos indígenas do sul e extremo sul da Bahia cobrou, mais uma vez, a demarcação de seus territórios, além de denunciar a situação de violência que vivem cotidianamente em suas terras.

Também pediram um posicionamento do ministro da Casa Civil, Rui Costa, ex-governador da Bahia, que vem barrando o envio da Força Nacional à região. Os indígenas exigem alguma medida que possa conter a onda de violência que assola os povos da região.

"Se não é a Força Nacional, o que é então? O que resolve?", questionou Kahu Pataxó, presidente da Federação Indígena dos Povos Pataxó e Tupinambá no Sul e Extremo Sul da Bahia (Finpat), que denunciou o envolvimento de policiais militares no assassinato de jovens Pataxó.

"A gente precisa dialogar com ele, porque nos preocupa muito que muitas situações do processo [de demarcação] dependam do ministro e ele tem se mostrado apático com relação às demarcações das terras indígenas", considerou Kahu.

As lideranças Arara e Xipaya também presentes na reunião cobraram a desintrusão de seu território. Segundo Antônio Xipaia, liderança da TI Cachoeira Seca, no estado de Pará, há mais de uma década seu povo aguarda a retirada dos invasores da sua terra.

Para a liderança, é fundamental que "a TI Cachoeira Seca seja inserida como prioridade no comitê de desintrusão", referindo-se ao Comitê Interministerial de Desintrusão de Terras Indigenas, criado em setembro do ano passado, para garantir o usufruto exclusivo de suas terras.